COMUNICADO: Apoiantes do Climáximo bloqueiam o túnel do Marquês
Uma dezena de ativistas bloqueiam neste momento a entrada do túnel do Marquês de Pombal em hora de ponta. Após mais uma COP cujo acordo é o colapso, a sociedade não pode voltar à complacência da marcha rumo ao abismo. Se os planos das instituições nacionais e internacionais são a guerra à sociedade, a normalidade tem de ser parada para agir em emergência.
Esta manhã, dez ativistas do Climáximo estão a bloquear o trânsito na Avenida Engenheiro Duarte Pacheco, na direção da entrada do túnel do Marquês de Pombal. Apontam a necessidade de disrupção perante a continuação de uma normalidade onde as instituições continuam a produzir a crise climática e do custo de vida, contra a evidência científica da aceleração rumo ao caos climático.
Apoiantes do Climáximo interromperam uma das principais artérias de acesso à cidade de Lisboa, onde centenas de milhares de carros entram todos os dias, enquanto as alternativas de transportes públicos acessíveis (um dos componentes do plano do coletivo) são escassas e sem corresponderem às necessidades de mobilidade.
Maria Mesquita, técnica de ação social que está no local, afirma que “o consenso científico à volta da origem da crise climática e seus impactos devastadores é claro há décadas. Mas as instituições públicas, organizações sociais, e meios de comunicação continuam a agir como se não estivéssemos a enfrentar o maior desafio da história da Humanidade, com culpados claros. Ontem no Dubai foi fechada a 28ª conferência do colapso climático, rejeitando qualquer passo concreto para reduzir drasticamente emissões e garantir uma transição digna para as pessoas. Confirmou a declaração de guerra dos governos e empresas emissoras a toda a sociedade atual e às gerações futuras”.
A ação ocorre 5 dias após o Climáximo organizar uma assembleia aberta em Lisboa, onde foram discutidas prioridades estratégicas para o movimento de justiça climática, como o fim a todos os subsídios públicos à economia fóssil, fim às emissões de luxo, travar todos os projetos que aumentem emissões de gases com efeito de estufa – como o novo gasoduto e um novo aeroporto (seja qual for a sua localização) – e garantir um investimento massivo num serviço público de energias renováveis e transportes coletivos que garantam direitos fundamentais.
É urgente travar este sistema que nos leva deliberadamente para o colapso climático e social, provocando um diálogo da sociedade, que é neste momento quem tem a agência para mudar o estado das coisas. É urgente colocar a sobrevivência da sociedade como principal prioridade desta década, derrotando a crise climática com um plano para o futuro, com os cuidados e apoio social no centro da discussão do dia-a-dia.
Pela soberania da informação.
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