Durante o último debate televisivo destas legislativas, na Nova SBE, apoiantes do Climáximo invadiram o palco onde se encontravam os representantes de todos os partidos com assento parlamentar com palavras de ordem: “Travar a crise climática não está na mesa de voto, está nas mãos das pessoas!” e ainda pintaram os vidros por detrás dos candidatos.
O protesto do Climáximo – que na última semana já havia alterado os outdoors de diversos partidos -, pretendeu, segundo o coletivo, interromper a normalidade dos debates eleitorais que ignoram a crise climática e cujos planos levam-nos rumo ao colapso climático: escassez de água para as pessoas, quebras na agricultura e produção de comida, mortes devido a ondas de calor insuportáveis, desalojamentos por causa de incêndios mortíferos.
Segundo António Assunção, porta-voz, “O próximo governo terá mandato até 2028. Portugal precisa de cortar, no mínimo, 75% das suas emissões até 2030. Nestas eleições, não só travar a crise climática não é o assunto principal, como nenhum partido – com ou sem assento parlamentar – apresenta um plano compatível com os limites da natureza. Não implementar estes cortes é garantir o colapso climático e civilizacional. É colocar o interesse das empresas e dos acionistas acima da vida e das necessidades das pessoas. A democracia não é uma cerimónia. Os termos em que estas eleições estão a ser disputadas são uma perversão da democracia.”
António Assunção acrescenta ainda que “Não podemos consentir que eles continuem a levar-nos para o inferno climático. Todos os partidos reiteram premeditadamente a declaração de guerra contra as pessoas. A sociedade tem de resistir e lutar para travar a crise climática. Não podemos esperar que quem propõe ou consente com planos para destruir a vida – desde a falta de metas para cortar as emissões necessárias nos prazos necessários, a planos para as aumentar, como é o caso de novos gasodutos e novos aeroportos – nos salve. As soluções existem. É possível mudar o rumo e travar a crise climática. Precisamos de uma verdadeira alternativa a este sistema mortífero, e essa alternativa está nas ruas, não nas urnas”.
O Climáximo apela a que, independentemente de em quem vão votar, todas as pessoas parem de consentir com a violência brutal atual e que se juntem à luta pela vida. O grupo convida todas as pessoas a consultarem o Plano de Desarmamento e o Plano de Paz, que une propostas formuladas e discutidas ao longo das últimas décadas por movimentos sociais, académicos, assembleias populares, sindicatos e técnicos, – um plano realista de acordo com os prazos climáticos para cortar emissões e para atingir justiça climática e social -, e a participar na sua próxima apresentação pública, dia 24 de Fevereiro, às 15h, no BOTA, em Lisboa.
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Para mais informações:
www.climaximo.pt