Os profissionais da área da cultura juntaram-se em protesto no passado dia 26 de Fevereiro, onde foi realizada uma concentração em frente à Assembleia da República.
A concentração foi criada por iniciativa do Movimento Outra Política para a Cultura (MOPC), tendo como objetivo exigir uma maior atenção dos políticos em relação ao setor cultural e às artes.
Nos cartazes podíamos ler “1% para a cultura” sendo a grande exigência dos profissionais, que coincide com o que a própria UNESCO recomenda, isto é 1% do Produto Interno Bruto (PIB) para a cultura.
O momento principal desta concentração foi marcado por um comunicado sobre as exigências dos profissionais, onde pode assistir a baixo.
Os profissionais ressaltaram problemas do setor cultural do país, desde as artes performativas, artes visuais, cinema, entre outros.
O grande problema no qual os trabalhadores se deparam são os horários desregulados, a falta de contratos, e, sobretudo, a falta de confiança que existe, representando estas as suas reivindicações.
Uma vez que o Estado não dá o devido valor à cultura, acaba por existir um certo afastamento dos próprios profissionais, tendo havido, por essa razão, pouca adesão à concentração por parte dos trabalhores da área.
“O direito à cultura é de toda a população, tal como está na constituição: o direito à criação e à fruição em todo o território e para toda a população” (Tiago Santos, MOPC.)
É importante compreender a relevância da cultura como um dos pilares da democracia e da sua proliferação, representando um papel no garante da mesma.
Consequentemente, o avanço evidente do fenómeno político do populismo, e da ascensão da extrema-direita deve-se também da falta de investimentos que tem ocorrido em vários direitos sociais. Assim como o direito à cultura, que faz falta para a compreensão do 25 de Abril, dos valores que nos unem, e até da defesa da paz, tal como Tiago Santos (MOPC) realçou.
Existe uma preocupação em aumentar e tornar mais constante, e permanente a dinâmica da luta da cultura entre os profissionais.
Muitos estão sem trabalho, outros com demasiado, sem um horário regular, sem qualquer segurança.
É necessário lutarmos pelos direitos dos profissionais da cultura, em direção àquilo que é a obrigação do Estado de dar o seu devido apoio, segundo a Constituição da República Portuguesa. Pois o direito à cultura é de todos nós, significando uma ponte para o bom funcionamento da democracia.
https://archive.org/details/outra-politica-para-a-cultura
https://eventos.coletivos.org/event/uma-politica-pela-cultura