ATENTADO À LIBERDADE: 2 PESSOAS DETIDAS POR TIRAR FOTOS
Estão neste momento 2 apoiantes do Climáximo detidas na esquadra de Belém por tirarem fotos à ponte da EDP sobre o MAAT. Querem apreender-lhes os telemóveis e os sapatos. A 50 anos do 25 de Abril, isto é um crime contra a liberdade.
Esta manhã, 2 pessoas que se encontravam no passeio público a tirar fotos à maratona da EDP, perto do MAAT, foram retidas pela polícia e estão neste momento há cerca de 1h30 na esquadra da 26ª divisão de Belém. Foram inicialmente abordadas por uma agente da polícia à paisana, que as quis identificar sem justificação. Após isso, foram revistadas e detidas ilegalmente por “suspeita ao crime de dano”. Nesta madrugada apoiantes do Climáximo pintaram de vermelho a sede da EDP e escreveram “Fechar centrais de Gás” na ponte desta empresa, “devido aos ataques contra a vida de que esta é culpada”.
Mariana Rodrigues, porta-voz, questiona “Qual crime cometido por estas 2 pessoas ao estarem a tirar fotos num espaço público? É importante lembrar que a detenção policial só pode ocorrer em flagrante delito, evidenciando o abuso de poder por parte da PSP em deter cidadãos no passeio. A 50 anos do 25 de Abril, deter pessoas por estarem na rua é um atentado à liberdade.” As 2 apoiantes do Climáximo só tinham consigo a sua roupa e telefones. A Polícia quer apreender-lhes os telemóveis e os sapatos.
Esta é a segunda vez que pessoas são detidas ilegalmente num evento desportivo da EDP. Mariana acrescenta que “ao mesmo tempo que assistimos a uma criminizalição de activistas por toda a Europa e a abusos de poder por de parte do Estado, os culpados pela crise climática que têm as suas mãos manchadas de mortes e fome andam impunes, limpando a sua imagem em eventos culturais. Vamos continuar a consentir?”.
“Temos de parar os ataques contra a vida”: Ativistas por justiça climática pintam ponte e sede da EDP
Na manhã da Meia Maratona da EDP, apoiantes do Climáximo pintaram de vermelho a ponte e a sede desta empresa, “devido aos ataques contra a vida de que esta é culpada”. Referem que precisamos de uma sociedade livre da influência e das mentiras da indústria fóssil e de desativar as armas que estão a matar milhões de pessoas, com o encerramento das centrais de produção de eletricidade a gás até ao final deste ano.
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Várias apoiantes do coletivo Climáximo pintaram a frase “FECHAR CENTRAIS DE GÁS” na ponte do museu MAAT e pintaram a sede da EDP esta manhã num protesto contra os ataques mortíferos desta empresa.
Denunciam as práticas de “greenwashing” e as mentiras da EDP ao proclamarem-se “verdes”. Sara Gaspar, biológa de 30 anos e porta-voz desta ação, indica que “a apoderação de espaços culturais e desportivos e a publicidade não apaga a realidade. A EDP fechou a central a carvão sem garantir as condições de justiça e de trabalho para os trabalhadores ao mesmo tempo que bloqueou uma real transição energética. Esta empresa é responsável por estarmos presos à utilização de gás “natural”. Este combustível fóssil foi introduzido em Portugal para produção de eletricidade em 2000, altura em que esta empresa e os governos sabiam perfeitamente que fazê-lo era condenar milhares de pessoas à morte, através de eventos catastróficos como os incêndios de 2017 ou a seca e a falta de água com que atualmente nos deparamos.”
Segundo o relatório da International Energy Agency, para a temperatura média da Terra permanecer abaixo de 1,5°C de aquecimento, teremos de reduzir as emissões de gás metano em 75% até 2030. Porém, esta quarta-feira foi divulgado que as emissões da indústria do gás fóssil voltaram a subir, apesar das promessas de cortes das empresas. Estas devem-se a fugas de gás “natural” na extração, ao transporte e à transformação – incluindo as quatro centrais atuais de produção de eletricidade através de gás fóssil e os gasodutos em Portugal. “Estas são armas de crime, que a cada dia condenam dezenas de pessoas à morte. Não consentimos com estes ataques contra a vida”, acrescenta Sara.
O colectivo Climáximo apresenta como medidas necessárias: encerrar as centrais de produção de eletricidade através de gás fóssil ainda este ano, com a adaptação da rede elétrica e um mix energético renovável que permita 100% de eletricidade produzida através de energia renovável em Portugal, sem deixar os trabalhadores para trás. Para implementar estas transformações necessárias a tempo é essencial, segundo o plano que o colectivo apresenta, criar milhares de novos postos de trabalho público nos setores-chave para a transição – Empregos para o Clima – e um Serviço Público de Energias Renováveis que coordene a gestão de toda a produção de eletricidade em Portugal, garantindo o início de uma transição justa. Sara afirma que “só será possível alcançar estas mudanças se as pessoas deixarem de consentir com a guerra que as empresas e os governos declararam contra as pessoas e o planeta. A publicidade e os patrocínios que legitimizam o mercado fóssil em todos os espaços públicos são criminosos. Estas são empresas com planos assassinos, que têm de ser tratadas como tal e travadas.”
Esta é a sexta ação em duas semanas feita por apoiantes do Climáximo. Para além do protesto contra a EDP, estiveram presentes no Aeroporto de Lisboa contra a construção de um novo aeroporto e no Campo de Golfe de Oeiras onde construíram uma horta comunitária para parar o consumo desnecessário e de luxo. Estiveram igualmente presentes em diversos momentos durante a campanha eleitoral, no dia de reflexão e na noite de eleições, afirmando que não estava nas urnas travar o colapso climático, mas sim nas mãos das pessoas.
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Climáximo
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