Esta manhã, apoiantes do Climáximo interromperam a Conferência Europeia sobre Tecnologia de Refinação(ERTC), a acontecer no Centro de Congressos do Estoril, parando a sessão da manhã com Galp e afirmando que “este encontro criminoso onde se traçam planos para aniquilar a humanidade, é inaceitável”, antes de espalharem pó vermelho pelo palco. No exterior foi pintada de vermelho a fachada do edifício onde se encontram os logotípos de empresas como a Galp e a Shell, assinalando-as como entidades com sangue nas mãos.
Mariana Rodrigues, apoiante do Climáximo, afirma que “esta conferência junta todas as grandes empresas petrolíferas que são responsáveis por 1 em cada 5 mortes prematuras no mundo e que estão a ativamente a lançar bombas de carbono para a atmosfera, causando morte e devastação sob a forma de cheias, secas, incêndios, tufões, ondas de calor e quebra de colheitas. Este é um evento criminoso onde entidades assassinas se fecham negócios para manterem os seus lucros a níveis record com a expansão da queima de combustíveis fósseis, à custa da destruição das nossas vidas. Como é que eles se atrevem? Não podemos aceitar que continuem a matar-nos”.
A conferência acontece ao mesmo tempo que estas mesmas empresas estão presentes na 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP29), no Azerbeijão. “É o sistema fóssil em toda a sua fúria destruidora: conversas vazias sobre soluções para a crise climática a acontecerem num petroestado, com os Governos de todo o mundo a sentarem-se à mesa com milhares de lobbistas das próprias empresas responsáveis por atear o fogo do inferno climático, e ao mesmo essas empresas a reunirem-se aqui para desenharem o colapso da civilização”.
O colectivo por justiça climática realça que num “futuro sustentável e resiliente”, o sarcástico mote da conferência, não há lugar para estas empresas. Mariana, 29 anos, acrescenta que “isto só será possível se pararmos hoje os ataques contra a vida, que as empresas como a BP e a Galp estão a levar a cabo e realizarmos uma transição em larga escala, compatível com os limites planetários, que coloque no centro o bem estar das pessoas, e não lucro. E claramente não vão ser estas empresas, nem os Governos que lhes dão carta branca para matar, a fazê-lo. Têm que ser as pessoas comuns a travá-los e a mudar o rumo da história”.
O Climáximo apela “a toda a sociedade” para que “deixe de aceitar a destruição em massa de tudo o que importa” e se junte à manifestação e ação de resistência civil em massa Parar Enquanto Podemos, dia 23 de Novembro, que partirá às 15h da Praça Paiva Couceiro e irá bloquear a Praça do Chile para “quebrar a normalização da violência da crise climática e construir a resistência capaz de desmantelar a indústria fóssil que está a destruir as nossas vidas, antes que seja tarde demais”.
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