No domingo, 15 de outubro, o primeiro encontro ibérico sobre os impactos sociais e ambientais da mineração terminou em Alconchel (Badajoz) com um ato de protesto. Nele, uma bandeira gigante foi exposta no castelo de Miraflores, exigindo o fim da impunidade da mineração.
No encontro, organizado pela Ecologistas en Acción e pelo Observatório Ibérico da Mineração, participaram cinquenta representantes de inúmeras plataformas de toda a Península Ibérica que lutam nos seus territórios contra os graves impactos da mineração.
Alconchel foi a localidade escolhida pelo Observatório Ibérico da Mineração e Ecologistas em Acção para realizar o primeiro encontro ibérico sobre os impactes sociais e ambientais da mineração. Esta é a primeira edição deste espaço de reflexão, aprendizagem e convivência em que participaram cinquenta representantes de diferentes movimentos, plataformas e grupos envolvidos na resistência aos projetos mineiros em Espanha e Portugal.
Entre os dias 12 e 15 de Outubro, a UDCB juntou-se às companheiras de toda a Península Ibérica para o 1⁰ Encontro Ibérico Anti-Mineração.
Em Alconchel, onde se projeta a abertura de uma mega-mina, trocámos ideias, experiências e formas de luta, estreitando os laços entre comunidades luso-espanholas contra esta ameaça comum.
NÃO ÀS MINAS, SIM À VIDA
Unidos em Defesa de Covas do Barroso
Durante quatro dias, de 12 a 15 de outubro, os grupos compartilharam uma situação premente e desenvolveram estratégias de coordenação e apoio mútuo. Também foram realizadas diversas oficinas de capacitação, palestras e debates sobre estratégias de defesa ambiental e alternativas à mineração. Por último, foi apresentado o progresso do Observatório Ibérico de Mineração, um projecto apoiado pelo Ministério dos Direitos Sociais e Agenda 2030, que mapeia más práticas no sector e que já conta com mais de 100 casos.
A Extremadura acolheu este primeiro encontro face à avalanche de novos projectos mineiros que afectam a comunidade, que incluem as minas de lítio de Cáceres e Cañaveral, a mina de níquel de Aguablanca e a mina de cobre e ouro de Alconchel. Precisamente Alconchel e a região de Olivença ilustram o conceito de zonas de sacrifício, ao tentarem instalar um megaprojecto a curta distância da vila e afectando tanto a Serra de Alor, na Rede Natura 2000, como a albufeira transfronteiriça de Alqueva.
A Serra de Alor e o castelo de Miraflores foram precisamente o cenário escolhido pelos Ecologistas em Ação e pelos grupos participantes para realizar uma ação de protesto, exibindo uma faixa gigante, para exigir o fim da impunidade face aos impactos ambientais e sociais que provoca .mineração. Tal como aconteceu com a catástrofe de Aznalcóllar, os projectos mineiros propostos são ecologicamente irresponsáveis e só avançam com a complacência das administrações envolvidas.
Situação, denunciam, ocorrida em Alconchel, com vistorias realizadas de forma ilegal, ameaças tanto aos proprietários dos terrenos como a pessoas contrárias ao projecto e um procedimento administrativo totalmente irregular. “Diante de intimidantes chamadas anónimas, ataques a veículos e outros ataques, durante o encontro movimentos de toda a península mostraram o seu apoio e solidariedade”, explicam a partir da Plataforma Alconchel Sin Minas.
“O que acontece em Alconchel repete-se em toda a geografia espanhola e portuguesa, especialmente nos territórios que a mineração decidiu transformar em zona de sacrifício. Sempre nos deparamos com uma forma de operar o setor totalmente irresponsável com o meio ambiente, buscando economizar em medidas de segurança e restauração para aumentar os lucros. O pior é que muitas vezes o conseguem graças à permissividade de administrações que esquecem a sua obrigação de proteger o ambiente natural e os seus habitantes”, denuncia Cristóbal López, porta-voz de Ecologistas en Acción.
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