Chamada para espaços – evento

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Só se precisa de um abrigo de porta aberta para acolher os muitos, poucos ou nenhuns que apareçam, quiçá uma pequena nota divulgativa para o evento abaixo sugerido, infelizmente os elementos do espaço para que se o propôs morreram todes para a vida (paz às suas almas). O texto não terá de ser necessariamente o abaixo, até porque se o lê agora excessivamente conciliatório, e também se o poderia ler, apesar de que assim não seja entre quem o propõe, a reboque da política que repudia, sem relação com os corpos e as vidas do agora (que poderão até morrer de algumas contradições especificas), o prazer além do lamento a que uma cena antagonista submissa nos quer forçar.

Aceitam-se acolhimentos em toda a Ibéria, ainda que possa ser necessário alguma ajuda para chegar a sítios mais remotos e uma almofada em sítios mais distantes.

Evento (com algumas notas):

Conversas Anti-Psiquiatria

Nos primeiros seis meses de 2022, 1523 pessoas foram internadas (presas) contra a sua vontade em unidades psiquiátricas em Portugal. [o tempo passa quando se quer jogar para canto, poderá ser necessária actualização contabilística]. Tal como noutros estados-nação da União Europeia, está em curso a redacção de uma nova lei de saúde mental, já aprovada na generalidade, que promete aliviar as penas dos “pacientes”, após 25 anos de um regime jurídico que salvaguardou a destruição das vidas e vivências dos indesejáveis (que no fundo sempre o foram e continuam a ser, mau grado o novo discurso da moda sobre a “saúde mental”) [já entrou e vigor e é horrível]. Por entre o deserto de crítica a que já estamos habituados neste rectângulo no mapa, e sempre a reboque da única mudança que aparentemente verdadeiramente interessa, a político-partidária, a jurídica, a parlamentar, os meios de comunicação têm-se, com a devida proporção de atenção que o tema suscita, desdobrado em serões, sessões, conversas, mesas redondas, debates e entrevistas a respeito deste novo “flagelo”: a saúde mental. Com especial menção para o podcast Fumaça, auto-proclamado como de “jornalismo de investigação independente, progressista e dissidente” (e cuja série Desassossego surge também no âmbito de financiamento da ARIS, IPSS de psiquiatras; entre outros apoios bastante duvidosos que não mencionamos agora, que a equipa deste podcast acha que poderão ser desculpados pelo simples motivo de serem divulgados publicamente), que também a reboque da política, de novo como já estamos habituados, lança uma série investigativa amplamente aplaudida em que os interlocutores são sobretudo psiquiatras, de quem nunca se esperaria que questionassem o seu próprio vil modo de subsistência, ou as “pessoas comuns” de amuleto (escolhidas a dedo, diga-se) que entre si têm em comum, e com isto não os vilanizamos necessariamente, a subserviência a um método de análise especializado e faltoso nos seus próprios preceitos “científicos”, prestando-se ao longo da série menção nominal a alguns abusos, sempre escusados quer seja por circunstância histórica, quer seja pela tal “vontade política”, individual ou colectiva, ou por outros motivos que sinceramente não nos merecem grande consideração, mera camuflagem. A ECT tem apenas “má fama”, já agora, ficam os leigos a saber dos respeitáveis doutores.
E é neste contexto que surgem as sessões que se pretende organizar no [espaço de defuntos]. Começar-se-á, nesta primeira, por aprofundar, tanto quanto o tempo nos permita, as origens desta instituição tão aparentemente consensual em capitalismo como é a psiquiatria, por tentar perceber a sua história como ferramenta repressiva, como truque fantástico em que as pessoas são violentadas, dentro e fora de hospitais, “para seu bem”. Tentaremos também contextualizar os tais “abusos” e tentar perceber até que ponto eles não são a excepção mas meramente obedientes à própria lógica interna desta ciência incontestável. E por aí diante.

O que é uma anomalia psíquica e até que ponto é observável? Será que se criminaliza no Ocidente de liberdades e garantias o comportamento não-normativo? Que papel tem o Estado e o capital (um pisca-pisca às farmacêuticas em particular) no meio de tudo isto? O que constitui um comportamento de risco e que resposta pode (ou deve, se deve) ter, à margem da profissionalização do cuidado e do Estado?
Entre outras (muitas) perguntas que temos. E esperamos mais, contribuições bem-vindas! Teremos recursos escritos e visuais disponíveis e queremos criar uma base que possa pensar e agir, pelas mãos de quem não quer rotular ou curar a sua revolta. Aparece! Traz um amigo também.

NOTA: Bófias de bata branca e afiliados de partidos políticos NÃO SÃO BEM-VINDOS

Acessibilidade: [inserir condições de acessibilidade]

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Ou de igual modo se pode aguardar até que alguem de impecável e imaculado crédito social queira pegar em nova causa social de passatempo.

 

Seja como fôr, que não se minta como de habitualmente, e que saibam os que ainda se iludem com a propaganda dos ‘anti-autoritários’ que a boa-fé nunca tem entre esses últimos correspondência, de contrário agravam-se as penas dos bicos setubalenses e dos arquivistas cascalenses a fazerem ruidosos relatórios de vigilância da vida alheia entre confecções culinárias

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