Faro
Viseu
Em Viseu fomos poucos, mas fomos bons.
Braga
Porto
Lisboa
Durante a Marcha em Lisboa fizemos algumas perguntas:
Num cartaz lia-se “Acabou-se a colónia…”
O que sobrou da colonização?
Pessoas a viver com desigualdades e racismo. “E o primeiro atingido pela inflação. Eu luto contra isso pelo meu filho.”
Um migrante do Nordeste do Brasil, residente no subúrbio de Lisboa, depara-se todos os dias com o racismo e a xenofobia.
Noutro cartaz, lia-se “Não Há Capitalismo sem Racismo.”
Porque é que está aqui hoje? E como vivencia o racismo no dia a dia?
Para expor a questão. Para denunciar o comportamento racista na rua. Da polícia, principalmente.
Na escola já vi muito racismo entre alunos, mas o professor não dá valor. Eles encaram isso como uma piada.
Porque é o meu dever, para conversar com as pessoas. Ver a reflexão a unir-nos. Fazer como “espelhos” uns dos outros, para assim se ver melhor!
O racismo é como “um fedor no ar”, mesmo que não o sofra, está em todo o lugar e é inaceitável.
Para o futuro.
Um futuro melhor? (Sorrisos de esperança).
Porque é importante estar presente, dizer que é um grande problema. Vemos isso em todo o lado: na rua, nos mídia, à escala da cidade (…). Eu sinto-me privilegiado, e não quero isso na minha vida.
Um dos blocos presentes na Manifestação Contra o Racismo e a Xenofobia o @xr_portugal esteve presente com uma ação performativa para recordar que se continuamos assim é este o futuro que nos espera.
Everyone’s Future | Futuro de Todos
Livestream PTrevolutionTV
Marcha
https://www.youtube.com/watch?v=yUKM-sU8ep4&ab_channel=PTrevolutionTV
Declarações finais
https://www.youtube.com/watch?v=GbWuv4rgWS8&ab_channel=PTrevolutionTV
Manifesto
Manifestação Contra o Racismo, a Xenofobia e o Fascismo
O Grupo de Ação Conjunta Contra o Racismo e Xenofobia convoca todas as pessoas que acreditam na democracia para uma grande manifestação nacional de luta contra o racismo, a xenofobia e o fascismo, no próximo dia 24 de fevereiro, sábado, a partir das 15 horas. Esta manifestação vai ter lugar em várias cidades do país em simultâneo.
Numa altura em que o racismo, a xenofobia e a extrema-direita ganham terreno, não só em Portugal como em toda a Europa e a nível mundial, é urgente sair à rua e mostrar a nossa força para exigir propostas e ações significativas, concretas e eficazes para combater o racismo estrutural e institucional patente na sociedade portuguesa!
É urgente que, nos próximos dias, todas as forças políticas democráticas, assumam publicamente compromissos muito claros para combater o racismo, a xenofobia e a islamofobia, que afetam diretamente a vida das pessoas racializadas e comunidades imigrantes. Estas são sempre mais vulneráveis no que respeita ao acesso a direitos básicos nomeadamente a habitação, saúde, educação, transportes, justiça, cultura e informação.
É urgente dar um sinal inequívoco e público de que recusamos conviver em Portugal com organizações políticas e sociais de extrema-direita, racistas, xenófobas, islamofóbicas e homofóbicas. São inaceitáveis, anti-democráticas e ilegais, porque são contrárias à Constituição da República Portuguesa e ao artigo 240.º do Código Penal. Queremos manifestar a nossa total solidariedade para com as vítimas de crimes motivados por ódio em Portugal.
A negação da realidade, a inércia sistemática e a omissão de assunção de responsabilidades que temos testemunhado ao longo de décadas, por parte das entidades com atribuições para zelar pela defesa do Estado de Direito, são o terreno fértil para a impunidade dos atos de racismo e de xenofobia. Não é estranho, por isso, observar que estes têm vindo a aumentar. Assim nos dizem os relatórios emitidos pela Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial, pelo Comité da ONU para a Eliminação da Discriminação Racial, pelo Grupo de trabalho das Nações Unidas sobre Pessoas de Ascendência Africana e pela Comissária do Conselho da Europa para os Direitos Humanos.
O Grupo de Ação Conjunta Contra o Racismo enviou, no passado dia 27 de janeiro, uma carta aberta a várias entidades públicas pedindo que impedissem uma marcha de movimentos de extrema-direita “contra a islamização da Europa”, prevista para o passado dia 3 de fevereiro, marcada pelo discurso de ódio contra as comunidades imigrantes, que é um crime previsto e punido no Código Penal Português. A carta, com 8474 assinaturas, não obteve resposta de nenhuma das entidades destinatárias, revelando um desprezo total pelo apelo feito, abrindo caminho para a prática de crimes pelas ruas de Lisboa, testemunhados por um país inteiro, sem que as autoridades cumprissem a lei.
Sairemos à rua para mostrar que não nos conformamos com a indiferença, a inércia e o desrespeito pelas conquistas do 25 de abril, de tantas pessoas que deram a sua vida, para deixarmos para trás a ditadura que a extrema-direita quer recuperar.
A liberdade e a igualdade são os valores que nos movem na defesa da democracia!
O silêncio das instituições é cúmplice. Não o acompanharemos nem o legitimaremos!
A luta contra o racismo, a xenofobia e o fascismo faz-se aqui e agora, nas escolas, nas ruas, nas pequenas e grandes ações, e nas urnas no próximo dia 10 de março. Vamos votar contra o racismo, a xenofobia, o fascismo e o discurso de ódio da extrema-direita!
Vamos mostrar a nossa força, e a força da democracia! Juntos somos mais fortes!
Grupo de Ação Conjunta Contra o Racismo e a Xenofobia
08/02/2024