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MANIFESTO:
HOJE, 50 ANOS APÓS O 25 DE ABRIL, VEMOS SER POSTO EM CAUSA O DIREITO FUNDAMENTAL À HABITAÇÃO E A ESPAÇOS, COLECTIVOS DE APOIO MÚTUO E LAZER, LONGE DA GENTRIFICAÇÃO E MASSIFICAÇÃO DO TURISMO EM LISBOA (E OUTROS LUGARES).
VEMOS LUCROS SUBIREM E DIREITOS DESAPARECEREM SOB O FANTASMA DO FASCISMO E OS TENTÁCULOS DA ESPECULAÇÃO.
HOJE, 50 ANOS APÓS O 25 DE ABRIL, LEMBRAMOS O PREC, PERÍODO REVOLUCIONÁRIO EM CURSO, LEMBRAMOS AS OCUPAÇÕES, AS COMISSÕES DE MORADORES, AS ASSEMBLEIAS POPULARES, A REFORMA AGRÁRIA, AS COLETIVIZAÇÕES E OCUPAÇÕES DE TERRAS E FÁBRICAS ONDE A REVOLUÇÃO SE CONCRETIZOU E OS SONHOS CONSTRUÍRAM ALTERNATIVAS DE FUTURO. LEMBRAMOS UM POVO UNIDO QUE SE ORGANIZOU E OCUPOU AS RUAS, PRAÇAS E ESPAÇOS ONDE SONHOU SER LIVRE.
HOJE, INVOCAMOS ESTA LUTA PARA NOS REAPROPRIARMOS DAS
NOSSAS VIDAS, DOS NOSSOS BAIRROS, DAS NOSSAS CIDADES,
DOS NOSSOS CAMPOS, MONTANHAS E RIOS. REIVINDICAMOS ESPAÇOS PARA VIVER, HABITAR, COMER, DORMIR, CONVIVER, AMAR, DANÇAR, DEBATER, CRIAR, SONHAR, LER, ESCUTAR, VER, APRENDER, CONSTRUIR E EXISTIR FORA DA LÓGICA DA GUERRA E DO CAPITAL.
QUEREMOS ESPAÇOS COLECTIVOS, COMUNITÁRIOS E MULTICULTURAIS, ATELIERS, RADIOS, BIBLIOTECAS, CONCERTOS, CINEMAS, EXPOSIÇÕES E CANTINAS POPULARES SEM OS FANTASMAS DA ESPECULAÇÃO. QUEREMOS HABITAÇÃO DIGNA E ACESSIVEL PARA TODOS, QUEREMOS O DIREITO A CIDADE, A CASA, AO LUGAR E A TERRA COMO ESPAÇO DE EXISTENCIA INCONDICIONAL NO MUNDO.
SOMOS MUITAS E DIVERSAS: VIMOS DE TODAS AS PARTES. SOMOS
TRABALHADORES, ESTUDANTES, PRECÁRIAS, QUEERS, OPERAÁRIAS, MUSICOS, FILOSOFOS, ARTISTAS, CIENTISTAS, CAMPONESES, MIGRANTES, VIAJANTES, REBELDES E INSURGENTES DA RESISTENCIA. SONHAMOS COM UM MUNDO ONDE CAIBAM MUITOS MUNDOS, ONDE O POVO E QUEM MAIS ORDENA.
ESTE EDIFÍCIO, ANTIGA SEDE DA FUNDAÇÃO D. PEDRO IV, LOCALIZADO NO CENTRO DO BAIRRO DE SANTA ENGRÁCIA, ESTÁ ABANDONADO HÁ CERCA DE 15 ANOS. UMA FUNDAÇÃO DE
CARÁCTER SOCIAL (IPSS) CUJA PROPRIEDADE QUEREM TRANSFORMAR EM MAIS UM CONDOMÍNIO DE LUXO, AO
SERVIÇO DA ESPECULAÇÃO. UMA FUNDAÇÃO CUJO PATRIMÓNIO
IMOBILIÁRIO, DOADO EM GRANDE PARTE PELO ESTADO E PELA CM LISBOA, NÃO ESTÁ HOJE ABERTO PARA A POPULAÇÃO, NÃO CUMPRINDO OS ESTATUTOS DA PRÓPRIA FUNDAÇÃO.
HOJE, 50 ANOS APÓS O 25 DE ABRIL, PROPOMOS REAPROPRIAR-
NOS DE UM ESPAÇO PARA CO- CRIAÇÃO COLETIVA, COMUNITÁRIA
E MULTICULTURAL.
HOJE, POMOS EM MARCHA O PROC, PROCESSO REVOLUCIONÁRIO DE OKUPAÇÃO EM CURSO.