Restaurante Tantura, em Lisboa, grafitado com frases “Tantura é um massacre” e “Free Palestine”
Um grupo de militantes antissionistas grafitou as paredes do restaurante israelita “Tantura”, em Lisboa, em solidariedade com a resistência palestiniana. Escreveram as frases “Tantura é um massacre” e “Free Palestine”, como forma de denunciar como o restaurante sionista que diz servir “as receitas mais conhecidas da culinária israelita” é, na verdade, um projeto de apropriação cultural e de branqueamento da Nakba.
Tantura, o nome escolhido pelos dois donos israelitas para o restaurante localizado no Bairro Alto, era uma pequena vila costeira palestiniana perto de Haifa, onde viviam cerca de 1500 pessoas. Na noite de 22 de maio de 1948, uma semana após a declaração do estado de Israel, Tantura foi atacada e ocupada por uma brigada do exército sionista. Esta foi apenas uma das cerca de 530 aldeias palestinianas que foram destruídas para dar lugar ao estado sionista – só em 1948, 800 mil pessoas palestinianas foram expulsas das suas terras num ato de limpeza étnica perpetrado pelo exército sionista ao qual as pessoas palestinianas chamam Nakba – catástrofe, em árabe.
Mas o destino de Tantura foi pior do que o da maioria. Testemunhos de aldeães palestinianos e soldados israelitas afirmam que, depois de se renderem, o exército massacrou até 250 civis e membros da resistência palestiniana – na sua maioria jovens desarmados – em duas vagas de assassinatos. No final, mulheres e crianças foram levadas para uma aldeia próxima. Os homens que sobreviveram foram mantidos em campos de prisioneiros e, mais tarde, transportados em trocas de prisioneiros para fora dos territórios ocupados pelo estado sionista. A aldeia foi quase toda destruída – hoje, as valas comuns onde enterraram os corpos encontram-se são parte de um resort na praia a que chamam Dor.
No entanto, em toda a presença online ou offline do restaurante (incluindo em entrevistas e posts nas redes sociais), não parece não haver qualquer tipo de reconhecimento do massacre de Tantura ou de Tantura ser uma aldeia palestiniana destruída pelo projeto colonial israelita.
Apelamos a toda a gente que pare de consentir com o genocídio a decorrer na Palestina. Comprometemo-nos a resistir contra as empresas que lucram com a ocupação colonial da Palestina e com o branqueamento da limpeza étnica do povo palestiniano. Exigimos boicote, desinvestimento e sanções a todas as organizações cúmplices com a ocupação. Exigimos o fim da ocupação da Palestina e a autodeterminação do seu povo. Não assistiremos paradas ao genocídio.
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