A Central Fotovoltaica da Beira, investimento de €242 milhões, prevê abate de 464 azinheiras. A Lightsource BP espera que, à segunda tentativa, o projeto seja aprovado pela APA.
É urgente mostrar a DISCORDÂNCIA e RECLAMAÇÃO desde logo pelos vergonhosos processos de informação pública.
Plataforma de defesa do Parque Natural do TI contra a Central Fotovoltaica da Beira (269 MWP), e Linha Elétrica 220kv que pretende atravessar o Parque Natural do Tejo Internacional e a Zona de proteção especial da rede natura 2000 do Tejo Erges e Ponsul.
“Este projecto é a maior ameaça ao Parque natural do Tejo Internacional e às espécies ameaçadas que justificaram a criação deste parque!Estão ameaçadas mais de 140 espécies de aves com este projecto!
Algumas com as maiores populações de Portugal no Tejo Internacional como é o caso do Abutre preto e exclusivas como o caso do Cortiçol de Barriga Branca!Foram estas espécies que levaram a classificação da zona de proteção especial para aves da Rede natura 2000 em 1999 e como parque Natural no ano 2000.
Mais tarde em 2023 esteve em consulta pública o alargamento da ZPE, processo esse que ainda não foi concluído, e que agora se vê ameaçado por este projecto!Espécies como o Abutre-preto (Aegypius monachus) e águia-imperial-ibérica (Aquila adalberti) com estatuto que “Criticamente em Perigo”; a águia-pesqueira (Pandion haliaetus), cuja população invernante se encontram classificadas como “Em Perigo”; o sisão (Tetrax tetrax), a cegonha-preta (Ciconia nigra) a Águia de Bonelli , A Águia Real, entre muitas outras , podem desaparecer deste parque e inclusive extinguir-se do país , nomeadamente no caso do Cortiçol de barriga branca!!!
Dado o Tejo Internacional ser a única zona do país onde esta espécie ocorre e numa população muito diminuta que não deverá ultrapassar os 12 casais !
⚠️+ de 425 mil painéis solares
⚠️ 500 hectares afetados
⚠️ Participação pública com mais de 200 documentos e um resumo não técnico de 30 páginas onde:
UMA referência a BIODIVERSIDADE
UMA referência a ECOLOGIA
ZERO referências a SAÚDE
ZERO referências a NATUREZA
ZERO referências a PAISAGEM
ZERO informações sobre EMPREGOS gerados
NÃO ESQUECER QUE A BP: 💀 Recua nas renováveis e dobra aposta nos combustíveis fósseis em busca de lucro 💰 Lucros 1º semestre: 2.316 milhões de dólares, + 8,5% que no mesmo período de 2024
Habitats prioritários de conservação destruídos
O projeto prevê a instalação de 425600 módulos, que vão destruir 464 sobreiros e azinheiras sobreiros apenas na área de implementação da central sem contabilizar os milhares de árvores e árbustos dos 33 km de corredor da linha elétrica !
Serão sete os habitats prioritários de conservação destruídos por este projecto! Estes habitats da directiva comunitária habitats, a qual Portugal esta obrigado a proteger, e que foram transpostos para o diretivo português pelo Decreto-Lei n.º 140/99, de 24 de abril. Cerca de 8% da área da central esta ocupada por habitats de interesse comunitário, sendo que o habitat 6310 (Montados de Sobreiro e Azinheira) é o mais abundante ocupando cerca de 62ha da área; seguindo-se o habitat 5330 ocupando cerca de 20ha da área da central.
No corredor da Linha eletrica (C1) prevê-se destruir mais 515ha de Montados !!!
Na área de estudo foram identificados sete habitats incluídos no Anexo B-I do Decreto-Lei n.º 140/99, de 24 de abril, alterado pelo Decreto-Lei nº 49/2005, de 24 de fevereiro, nomeadamente:
• Habitat 6220* – Subestepes de gramíneas e anuais da Thero-Brachypodietea
• Habitat 6310 – Montados de Quercus spp. de folha perene;
• Habitat 9230 – Carvalhais galaico-portugueses de Quercus robur e Quercus pyrenaica;
• Habitat 91E0* – Florestas aluviais de Alnus glutinosa e Fraxinus excelsior (Alno-Padion, Alnion incanae, Salicion albae);
• Habitat 92A0 – Florestas-galeria de Salix alba e Populus alba;
• Habitat 9340 – Florestas de Quercus ilex e Quercus rotundifolia
Zonas de nidificação e alimentação de espécies em perigo ameaçadas pela Linha de Alta tensão
A área de estudo da central fotovoltaica sobrepõe-se com uma área muito crítica para aves estepárias e com uma área crítica para aves de rapina. Por sua vez, os corredores da linha elétrica sobrepõem-se com uma área crítica para aves de rapina e com outra muito crítica para outras aves (vale do rio Pônsul). Especificamente o corredor alternativo A sobrepõe-se ainda com uma área muito crítica para aves estepárias; com áreas crítica e muito crítica para outras aves, correspondente ao vale e envolvente do rio Tripeiro; bem como com uma área muito crítica para outras aves, correspondente ao vale do rio Ocreza
A linha aérea de alta tensão prevista no prjecto a 220 kV, com cerca de 33km vai provocar a morte de mais de 7mil aves selvagens por ano !!!!! (214 aves/km/ano) por ano em alguns estudos mais conservadores , mas que podem ser mais , devido as nevoeiros constantes no vale do Rio Ponsul.
Zonas de REN (Reserva Ecológica Nacional ) destruídas!
O projecto vai afectar 428 hectares de REN (Reserva Ecológica Nacional) nomeadamente de “Cursos de Água e respetivos Leitos e Margens” e “Zonas ameaçadas pelas Cheias” “Áreas de elevado risco de erosão hídrica do solo” “Áreas Estratégicas de Infiltração e de Proteção e Recarga de Aquíferos”.
Em Castelo Branco poderão ser destruídos 3723ha de REN !
Em Idanha a Nova poderão ser destruídos 55 ha de REN !
Valor cénico e das propriedades afectados !
Este projecto vai ter um impacto muito significativa que vai provocar desvalorização das propriedades que serão atravessadas pela linha e perca de valor cénico e ecológico pela linha de muito alta tensão e pela central. Estes impactos negativo no turismo . Cerca de 1000ha de valor cénico serão afetados significativamente. Vários projetos de Turismo Rural serão também afetados.
O projecto localizado na Área de alargamento da zona de expansão da ZPE
Todo o projeto se encontra dentro da área PROPOSTA DE ALTERAÇÃO DOS LIMITES DA ZONA DE PROTEÇÃO ESPECIAL DO TEJO INTERNACIONAL, ERGES E PONSUL . Área de alargamento da zona de expansão da ZPE e Parque Natural terminou a consulta pública em 2023-06-30 e que misteriosamente ainda não foi publicado…Esta zona previa duplicar a zona de proteção destas espécies e este projecto pode por em causa a sua viabilidade de classificação!
Um comentário a “Contra a Central Fotovoltaica da British Petroleum na Beira: Em defesa do Parque Natural do Tejo Internacional”
Euclides Leão
Uma mentira, repetida mil vezes, não passa a ser verdadeira e esta notícia e a campanha de arregimentação contra este projeto e outros idênticos, assenta num chorrilho de mentiras, preconceitos, ignorância e falsidades.
Mais uma vez, assumem-se compromissos internacionais no âmbito da transição energética e, depois, não há capacidade nem coragem para garantir que os mesmos possam ser cumpridos.
Uma vergonha essas campanhas de desinformação, promovidas por quem não tem mais nada que fazer, mas que, com toda a certeza, passa o tempo a utilizar equipamentos que só funcionam com energia elétrica…
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