Membro de extrema direita detido pela PJ por ameaças de morte a jornalista brasileira. Ameaças foram cometidas em setembro.

A Unidade de Contraterrorismo da Polícia Judiciária deteve na manhã desta terça-feira um elemento de extrema-direita por incitamento ao ódio e ameaças de morte à jornalista brasileira Stefani Costa, que trabalha em Portugal, apurou a CNN Portugal. Na rede social X, entre outras publicações onde faz comentários nomeadamente de apologia neonazi, Bruno Silva afirmou oferecer dinheiro “a quem realizar um massacre e exterminar pelo menos 100 brasileiros em Portugal”. Por fim disse dar “um bónus de 100 mil euros a quem me trouxer a cabeça de Stefani Costa”. Estas ameaças foram cometidas em setembro, depois de, em junho do ano passado, o mesmo homem ter enviado à jornalista uma imagem a segurar “armas que seriam usadas para matá-la”. A vítima apresentou queixa ao Ministério Público, com o apoio da embaixada brasileira, e o processo está a correr no DIAP de Lisboa, em articulação com a PJ.  Esta terça-feira, o suspeito, Bruno Silva, foi detido em casa, na zona de Vila Real, e será presente a um juiz em Lisboa. As últimas ameaças, de setembro, ocorreram dias depois de a PJ ter detido outro homem que nas redes sociais disse oferecer “500 euros por cada cabeça de brasileiro decapitado”.»

https://cnnportugal.iol.pt/stefani-costa/policia-judiciaria/membro-de-extrema-direita-detido-pela-pj-por-ameacas-de-morte-a-jornalista-brasileira/20251021/68f774d1d34ee0c2fed1809e

Três dias depois de a Polícia Judiciária prender o português João Paulo Silva Oliveira — ele já foi solto — por oferecer 500 euros por cabeça de brasileiro decapitado, a jornalista Stefani Costa, do Ópera Mundi, foi ameaçada de morte por outro extremista de direita, Bruno Silva, (agora preso.)

https://www.publico.pt/2025/09/11/publico-brasil/noticia/jornalista-brasileira-portugal-recebe-ameaca-morte-mp-investiga-2146875

Correspondente de Opera Mundi é ameaçada por extremista português

[…] “Não é a primeira vez que recebo ameaças de morte; já aconteceu várias vezes. Inclusive, já fui agredida na rua por um eleitor do Chega [partido político de direita radical], apenas por ser brasileira”, declarou a jornalista a Opera Mundi. […] Stefani também explicou que o fato de ser jornalista e escrever sobre temas sensíveis e direitos humanos a torna alvo. “Em 2024, o líder do Chega, André Ventura, chegou a publicar um vídeo nas redes sociais segurando uma tesoura e uma reportagem que escrevi sobre ele, feita para uma revista”.

A correspondente em Portugal relembrou outro episódio de violência: “já fui intimidada dentro do Parlamento português por uma deputada do partido e por pessoas ligadas a movimentos neonazistas”. E acrescentou que “essas atitudes acabam legitimando o comportamento violento de alguns apoiadores da extrema direita”.

https://operamundi.uol.com.br/sociedade/correspondente-de-opera-mundi-ameacada-de-morte-por-extremista-portugues/

 

 

A Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal (AIEP) divulgou uma nota de repúdio, condenando as ameaças direcionadas a Stefani Costa.

NOTA DE REPÚDIO

A Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal (AIEP) repudia, veementemente, as ameaças de morte feitas, por meio das redes sociais, à correspondente em Portugal do Opera Mundi, Stefani Costa, da plataforma UOL. Ela vem sendo reiteradamente atacada por extremistas de direita.

Em post nas redes sociais, o extremista que se intitula Bruno Silva, escreve: “estou a oferecer um dos meus apartamentos no centro de Lisboa, avaliado em média em 300 mil euros, a quem realizar um massacre e exterminar pelo menos 100 brasileiros em Portugal, e darei um bônus adicional de 100 mil euros a quem me trouxer a cabeça de Stefani Costa”.

Stefani já denunciou as ameaças ao Ministério Público há um ano. Um inquérito foi aberto, mas ainda está em fase de investigação, pois as plataformas se recusam a revelar a verdadeira identidade de Bruno Silva e de outros extremistas que disseminam o ódio em Portugal.

A AIEP cobrará das autoridades portuguesas que ajam com rigor no sentido de coibir esses ataques a jornalistas e a quaisquer cidadãos, independentemente de sua origem, raça ou credo. Em uma nação democrática, que preza pelos valores humanistas, não pode haver espaço para a intolerância.

A Associação dará todo suporte à jornalista Stefani Costa para que não se intimide diante dos intolerantes.

O jornalismo sério é ferramenta fundamental para enfrentar a onda de desinformação. Portugal, segundo estudo do Observatório Europeu dos Meios de Comunicação Digitais (EDMO), que faz o monitoramento mensal dos temas usados pelos disseminadores de conteúdos falsos, tornou-se o epicentro de fake news da Europa quando o tema é a imigração.

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