Foto Reuters/El Confidencial

«Três semanas após o início das manifestações juvenis no Marrocos, a mobilização do coletivo GenZ212 perdeu força, travada pela repressão policial, detenções em massa e campanhas de desinformação – revela o jornalista Ignacio Cembrero nas páginas do El Confidencial. Segundo a Associação Marroquina dos Direitos Humanos (AMDH), pelo menos 597 jovens estão presos ou a aguardar julgamento, número que o Ministério do Interior reduz para 409.

Os protestos, que exigiam mais investimento em saúde e educação, reacenderam no sábado em Casablanca, com escassa participação. O movimento pede agora a libertação dos detidos, entre os quais dezenas de menores. Desde o início de outubro, tribunais têm aplicado penas pesadas por “desordem pública” e “participação em manifestações não autorizadas”, chegando a 15 anos de prisão em casos ligados a confrontos locais.

O rei Mohamed VI, no discurso de 10 de outubro, prometeu acelerar políticas sociais, mas sem medidas concretas. Um dia depois, anunciou um aumento do orçamento de 2026 para saúde e educação, incluindo 27 mil novos empregos públicos e a construção de hospitais em Agadir e Laayoune.

Organizações de direitos humanos denunciam uma repressão crescente e o estreitamento dos espaços de liberdade, enquanto o regime tenta desacreditar os jovens ativistas através de trolls e falsos comunicados nas redes sociais. Analistas lembram que Rabat já enfrentou revoltas semelhantes — em 2011 e 2017 — com promessas incumpridas e repressão severa, e alertam que a história pode estar a repetir-se.»

Sahara Ocidental Informação

https://aapsocidental.blogspot.com/2025/10/medo-e-repressao-abafam-protestos.html

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