https://www.climaximo.pt/a-navigator-mata-pessoas-atraves-dos-incendios-e-continuara-se-nao-a-pararmos-acusa-o-climaximo/
O coletivo por justiça climática fez uma ação na sede da Navigator esta manhã em Lisboa, em dia de mobilizações populares na Galiza contra os incêndios, atribuindo a responsabilidade destes às celuloses e empresas de combustíveis fósseis, e “em apoio com todas as pessoas atualmente a lutar contra as chamas com as suas mãos e corpos.”
Esta manhã, apoiantes do Climáximo colaram na fachada da
Navigator imagens alusivas aos incêndios que estão a devastar o norte e centro do país neste verão, acusando a empresa de estar “a matar, a incendiar casas e a deitar fogo à floresta, numa guerra aberta contra a humanidade e o planeta”. No mesmo dia em que várias manifestações têm lugar na Galiza contra uma “política florestal que queima os nossos montes e as nossas casas”, o coletivo reitera a necessidade de união para além fronteiras – já que o fogo e o caos climático não param com a fronteira – e união entre cidades e meio rural em Portugal. Afirmam que só através desta união popular será possível travar os ataques dos governos e empresas que, através da queima continuada e da transformação do território em eucaliptal inflamável, estão a tornar o país numa “caixa de fósforos”.
Leonor Canadas, apoiante do Climáximo e engenheira agrónoma, afirma que
“Governos, Navigator, Altri, Galp e EDP matam e despejam todos os anos centenas de pessoas, através de ações coordenadas e conscientes para, por um lado, continuar a queimar combustíveis fósseis, levando ao aumento da temperatura, e, no caso das celuloses, transformar a floresta em eucaliptal inflamável. Tudo para manterem os seus lucros, num contexto de desigualdade cada vez maior entre os que tudo têm e todas as outras pessoas que, cada vez mais, lutam todos os dias pela sobrevivência.”
“Os sucessivos governos insistem em atirar-nos areia aos olhos com o aumento de medidas securitárias contra incendiários, que ignoram todo o contexto no qual estes incêndios acontecem: um contexto de colapso climático, com ondas de calor e secas cada vez mais intensas e frequentes, que, juntamente com o abandono do meio rural e a monocultura do eucalipto transformam o território numa bomba relógio que explode todos os verões,” afirma Leonor. “A indústria da celulose e as empresas de combustíveis fósseis como a Galp e EDP fazem lucros recorde enquanto as suas emissões levam a recordes de temperatura e milhares de pessoas mortas em ondas de calor: se querem criminosos, é aí que devem procurá-los.”
O coletivo afirma que as aldeias foram deixadas ao abandono, sem os recursos necessários para travar os fogos infernais. Apela a que todas as pessoas em Lisboa e restantes cidades mostrem que não consentem com este ataque às populações, e que se juntem ao apelo da iniciativa popular
“Emergência Florestal – Floresta do Futuro“, saíndo à rua dia 20 de Setembro para “Deseucaliptar, Descarbonizar, Democratizar”. Esta rede convocou manifestações por todo o país, dado os incêndios brutais e juntando-se à mobilização global Draw The Line / Delimite em que “várias organizações, povos, comunidades e lideranças indígenas, da Amazónia ao Pacífico, nos convocam a retomarmos as rédeas do futuro, pois a única resposta somos nós: as pessoas.”

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