Ontem, 07 de Outubro de 2023, duas gerações reuniram em destintos pontos da cidade de Lisboa para se organizarem e preparem o próximos tempos de agitação.
Num local reuniu os envolvidos na organização da Manifestação Vida Justa a decorrer em Lisboa no próximo dia 21 de Outubro com início marcado para as 15h00 na Praça D. Pedro IV, Rossio, e exigem uma Vida Justa.
“Queremos uma vida justa
Somos a maioria. Temos dificuldade em ter casa, vivemos em habitações sem condições, hoje o aluguer de um quarto custa o que se pagava por uma casa há dez anos; trabalhamos com salários que nunca aumentam e não chegam para os 30 dias do mês; os nossos bairros têm falta de transportes públicos, os grandes investimentos são feitos para linhas circulares para turistas, é suposto nós não termos direito à cidade, fora da hora de trabalho; os preços dos bens essenciais estão cada vez mais caros, há muito que não tínhamos dinheiro para férias, hoje não temos dinheiro para o leite; os governos não nos respeitam, a polícia trata-nos como se não fossemos pessoas: cercam os nossos bairros e agridem os jovens.
Os nossos problemas parecem invisíveis. Apesar de criarmos riqueza e trabalharmos todos os dias, haja pandemia ou não, a verdade é que aquilo que se vê nas televisões, aquilo que se preocupam os governos é com os banqueiros e «contas certas». São sempre contas para quem é rico nunca pensam em quem trabalha.
Vamos para a rua, no dia 21 de Outubro, para que percebam uma coisa: somos a maioria. E é tempo dos muitos fazerem ouvir a sua voz. A injustiça persiste também por causa do nosso silêncio. Vamos tomar a palavra e exigir que se façam políticas justas que promovam a igualdade: todos e todas temos direito a ter uma vida justa, merecemo-la todos os dias em que trabalhamos, e os jovens merecem ter um futuro melhor.
Basta de aumento de preços, queremos casa para viver, transportes para todos, aumento dos salários, contra a repressão policial nos bairros.
Manifestação, dia 21 de Outubro, 15 horas, do Rossio ao Parlamento.
Estamos juntos, estamos fortes. “
Em outra zona da cidade foram os jovens do Núcleo de Lisboa da Greve Climática Estudantil que reuniu para articular esforços para a Campanha o Não Há Paz até o Ultimo Inverno do Gás a decorrer a 13 de Novembro por todo o país com bloqueios de escolas e universidades a imagem do sucedido no Inverno passado.
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OS ESTUDANTES PELO FIM AO FÓSSIL NÃO VÃO DAR PAZ AO GOVERNO ATÉ ESTE SER O ÚLTIMO INVERNO DE GÁS EM PORTUGAL
Somos jovens e estudantes. Nascemos em crise climática. De frente para o futuro, não conseguimos ver nada senão as chamas de ter de viver no caos climático: sem planeta, sem casa, sem emprego, sem estabilidade, sem dinheiro e, acima de tudo, sem futuro. Face a este abismo, porque haveríamos de estudar para um futuro que não existe? Recusamo-nos a continuar a fingir que está tudo bem e estamos determinadas a lutar.
A partir de 13 Novembro de 2023, em conjunto com estudantes de todo o mundo, comprometemo-nos a parar as escolas e as instituições numa onda de ação estudantil para reivindicar o único plano realista para evitar o inferno climático: fim ao fóssil até 2030; e eletricidade 100% renovável e acessível até 2025, garantindo que 2023-24 é o último inverno de gás no país.
Convocamos a força estudantil para que a partir de 13 de Novembro se comprometa a ocupar não só as escolas e universidades, mas também disromper instituições e processos governamentais até que as reivindicações serem cumpridas. Convocamos todas as estudantes a não darem paz ao governo até haver um compromisso com o fim ao fóssil até 2030 e com este ser o último inverno em que usamos gás fóssil no país, substituindo-o por eletricidade renovável até 2025.
As ocupações representam o mundo que queremos construir não só porque são espaços onde a vida, a solidariedade e a aprendizagem estão no centro, mas também porque são um ensaio: se os governos e as instituições não tomarem ação pela crise climática, nós vamos tomar as escolas e os ministérios para tratar disso nós mesmos.
O ano passado sacrificámos o nosso direito à educação para salvaguardar o direito à vida. Mesmo após as cheias, os fogos e as ondas de calor, o governo continua a não estar em emergência climática. Nós sabemos que é possível mudar. Por isso mesmo, a nossa raiva e coragem para agir de forma permanente aumenta à medida que a crise climática se agrava e as instituições continuam a falhar. Já muitos movimentos estudantis transformaram as sociedades. Hoje, é a nossa vez. Vamos mudar tudo, antes que tudo mude por nós.
Precisamos do fim dos combustíveis fósseis, do fim do gás fóssil já, e de uma transição energética justa compatível com os prazos da ciência.
Apelamos a que todas as estudantes se comprometam a disromper a normalidade e não dar paz ao governo até que este seja o último inverno de gás.
Se és estudante e queres agir contra o sistema fóssil que nos está a levar ao colapso, cria ou junta-te a um núcleo de estudantes pelo fim ao fóssil na tua escola/universidade para participares nesta onda de ações. Convocamos-te a ocupares o teu estabelecimento de ensino e a participares em ações para parar as instituições governamentais (ministérios, conselhos, reuniões, etc), até que as nossas reivindicações sejam atendidas. “
E nós lá estaremos com os nossos Ninjas para te mostrar tudo, caso não possas marcar presença.
E tu podes lá estar ao nosso lado, basta entrares em contacto connosco que nós temos material para te emprestar e dicas para melhor cobrires o evento em que vais marcar presença ou podes ajudar financeiramente para cobrir os custos associados ao nosso trabalho.
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