A 22 de Outubro, assinala-se o Dia Internacional pela Despatologização das Identidades Trans. Este dia, convocado pela STP – Stop Trans Pathologization e resulta de uma iniciativa de ativistas na primeira década do século XXI. Desde 2007 que são realizadas mobilizações pela despatologização das identidades trans. Historicamente, esta campanha visa a retirada da classificação dos processos de reafirmação de género como trastorno mental no catálogo de diagnósticos (DSM da Associação de Psiquiatria Americana e CID da Organização Mundial de Saúde).
Também se procura promover um acesso aos cuidados de saúde trans específicos e trans não específicos digno, sustentável, público e gratuito. Promover um acesso aos tratamentos trans específicos com base no consentimento informado. Promover o acesso à autodeterminação de género sem qualquer requisito médico, algo que a lei portuguesa nº 38/2018 veio concretizar, em todos os lugares. Promovemos a despatologização das diversidade de género na infância e a abolição de tratamentos de normalização a pessoas intersexo.
Este dia também nos relembra que o questionamento do binarismo das normas sociais, da cis-norma é importante para visibilizar e despatologizar outras vivências e realidades. O questionamento deste modelo visa também entender como funcionam os mecanismos de género e como a transfobia opera contra pessoas de identidades dissidentes. É importante relembrar que não é o facto de alguém ser trans que fere ou mata, mas sim a transfobia que a sociedade transporta consigo.
Com o crescimento e ascensão de forças políticas e ideológicas que perpetuam o discurso de ódio e que procuram ver os nossos direitos questionados e negados, é necessário continuar a lutar para existir. Neste momento histórico, mais do que nunca, devemos procurar a união e lutar pela nossa visibilidade e pelo nosso posicionamento na sociedade.
Por tudo isto e muito mais, assinalamos este dia.
Porque ser trans é existir e resistir.
Créditos: ILGA-PORTUGAL.PT
“Não podemos continuar a ser invisíveis. Temos de ser visíveis. Não devemos ter vergonha de quem somos. Temos de mostrar ao mundo que somos numerosas. Há muitas de nós por aí.“
Silvya Rivera