Hoje foi inaugurada a primeira WC construída pelos cidadãos de Lisboa. Estivemos na praça Paiva Couceiro pelo direito a sanitários públicos gratuitos (a WC/Contentor desta praça é paga apesar do site da @jfpenhafranca dizer que é gratuita).
Queremos casas de banho que não estejam associadas a espaços de consumo. As dos cafés, que não as trancam à chave, fazem de serviço público – o serviço que as Juntas de Freguesia, as responsáveis, não nos dá. A falha desta infraestrutura no nosso dia a dia é um problema de saúde, igualdade, circulação – fazem parte do direito ao espaço público.
A rede de sanitários de Lisboa foi destruída. Construída em sítios estratégicos praças/estações/jardins para agora, com a comercialização do espaço público, normalizarmos o ir desaparecendo. Umas existem mas é como se não existissem porque estão com más condições, com portas fechadas, com horários reduzidos (à hora a que saímos do trabalho e podemos ir para a rua conviver/descansar/passear já estão fechadas). As que ainda não nos tiraram são obras públicas do séc. XX. Eram gratuitas e não pagas com cancelas onde cadeiras de rodas não passam. Eram de tijolo, pedra e cimento e não contentores. Eram uma preocupação e não uma despreocupação. Ninguém deve ter que pagar para ir à casa de banho – uma necessidade básica. A cidade ter WC para os seus cidadãos nao é menos importante do que ter recolha de lixo, iluminação na via pública, parques infantis, esgotos, chafarizes. Dar isto não é um luxo nem caridade mas uma necessidade e obrigação.
Lisboa cheira a mijo. E culpam-nos em vez do sistema. ‘‘Lisboa ganha prémio de Capital Europeia da Inovação 2023’’ mas nem o básico temos. É saudável ao longo do dia irmos à casa de banho em vez de tentarmos aguentar, lavarmos as mãos e berbermos a água que queremos sem nos autopoliciar com medo de não encontrar um WC.
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