A celebração dos 50 anos do 25 de Abril é um momento de cidadania, que não poderá esquecer a memória de todos os homens e todas as mulheres que se bateram corajosamente contra a ditadura, pela liberdade e pela democracia. Nesse sentido, a criação de um Museu da Resistência e da Liberdade no Porto, equacionado desde há décadas, mas nunca instalado, que possa estabelecer uma rede com espaços museológicos já existentes no país (nomeadamente, o Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, no forte de Peniche, e o Museu do Aljube — Resistência e Liberdade, em Lisboa), parece-nos ser a melhor forma de honrar essa memória.
Na cidade do Porto, é inquestionável o significado histórico do edifício onde funcionou a delegação da polícia política (PIDE/DGS) na Rua do Heroísmo, como lugar de memória da repressão e da resistência, onde foram interrogados, torturados e presos milhares de democratas do Porto e do Norte do país. Propomos, por isso, a sua desafetação do atual Museu Militar aí existente, para o qual o edifício não reúne condições mínimas para um adequado programa museológico, e que aí seja instalado o Museu da Resistência e da Liberdade, de acordo com a Resolução aprovada pela Assembleia da República em 19 de julho de 2019.
Em vésperas da comemoração dos 50 anos do 25 de Abril, apelamos ao Governo para que cumpra essa resolução, envolvendo na instalação desse novo Museu todas as entidades que poderão contribuir para a sua eficácia como lugar de memória, a começar pela Câmara Municipal do Porto, mas também organizações representativas da resistência ao fascismo, como a «União de Resistentes Antifascistas Portugueses» e o Movimento Cívico «Não Apaguem a Memória», centros de investigação, arquivos, bibliotecas e centros de documentação municipais e nacionais (Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Centro Documentação 25 de Abril, de Coimbra, Fundação Mário Soares, etc.), bem como os museus da Resistência e da Liberdade já instalados em Lisboa e em Peniche.
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