Agressão policial no passado dia 25 de março na vigília diária pela Palestina no Porto

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Comunicado e nota de repúdio sobre a agressão policial no passado dia 25 de março na vigília diária pela Palestina no Porto! Denunciamos a brutalidade policial, bem como a violação do direito à assembleia e à manifestação pacífica. No ano em que celebramos os 50 anos do 25 Abril é para nós inaceitável e irónico este tipo de ameaças à liberdade. As vigílias pela Palestina continuarão diariamente, com a seguinte nota: a vigília pela libertação da Palestina será, em abril, uma vigília pela LIBERDADE! Convidamos assim todas as que se identifiquem com o sentimento de que a sua defesa é um dever e que a união faz a força do povo. Por todas nós! Relembramos ainda que no próximo dia 6 de Abril saímos à rua contra o fascismo, pela liberdade, e juntamo-nos ao protesto com início no os Poveiros, pelas 15h30! Resistimos! ✊🏽🇵🇸

Na passada segunda-feira, dia 25/3, durante a vigília pela Palestina que acontece há mais de cinco meses, diariamente, em frente à Câmara Municipal do Porto (CMP), cerca de 15 agentes da Polícia Municipal e da Polícia de Segurança Pública invadiram a vigília, exigindo a retirada da faixa que se encontrava pendurada na instalação camarária “PORTO.”. Os agentes alegaram ter ordens superiores, sem documento a prová-lo, para a retirada da mesma, alegando como fundamento a “violação dos pressupostos fins publicitários da instalação”. Tendo prontamente recusado a sua retirada e relevado o direito constitucionalmente reconhecido de ali exigir qualquer mensagem no âmbito do protesto comunicado à CMP, a polícia procedeu à remoção da faixa, causando danos nesta com facas (a faixa estava presa com nós simples) e, quando questionados, responderam “tivessem tirado a faixa”. De seguida, as ativistas presentes no local seguraram a faixa em mãos, ao invés de pendurada nas ditas letras, nas mesmas escadas onde decorre a vigília. Os agentes calçaram luvas e regressaram à vigília usando violência para retirá-la à força, agredindo duas companheiras na sua intervenção. A vigília encontra-se comunicada à CMP e tem decorrido, desde há mais de 5 meses, nos mesmo moldes – todas as noites, durante cerca de duas horas, várias pessoas juntam-se com bandeiras da Palestina, faixas e velas acesas -, sendo que até ao dia 25/3 nunca suscitou problemas com as forças da autoridade. A atuação da polícia, que até então tinha sido cordial, nomeadamente após ataques à vigília por parte de indivíduos sionistas, em novembro de 2023, foi marcada nesta noite pela violência e abuso de poder. Esta mudança de tom vem confirmar as suspeitas levantadas aquando de uma intervenção de um grupo nazi-fascista na mesma praça, no horário da vigília, no passado dia 13 de março. Os nazis filmaram e intimidaram os ativistas presentes que, por sua vez, se viram alvo das acusações dos agentes in loco de que estariam a provocá-los, o que é manifestamente mentira. Relembramos que, durante todo o mês de fevereiro, polícias em protesto permaneceram na mesma praça 24h/24h, num protesto não comunicado à CMP, sem qualquer intervenção ou retirada dos mesmos ou das suas faixas (que ali permaneceram noite e dia, durante e fora de horário dos alegados protestos espontâneos, por parte das forças policiais). Nunca esse facto suscitou intervenção do estado. Denunciamos a brutalidade policial, bem como a violação do direito à assembleia e à manifestação pacífica. No ano em que celebramos os 50 anos do 25 Abril é para nós inaceitável e irónico este tipo de ameaças à liberdade. As vigílias pela Palestina continuarão diariamente, com a seguinte nota: a vigília pela libertação da Palestina será, em abril, uma vigília pela LIBERDADE! Convidamos assim todas as que se identifiquem com o sentimento de que a sua defesa é um dever e que a união faz a força do povo. Por todas nós! No próximo dia 6 de Abril saímos à rua contra o fascismo, pela liberdade, e juntamo-nos ao protesto com início no os Poveiros, pelas 15h30!