Poucas horas depois de ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, ter anunciado que a «estratégia nacional para as matérias-primas críticas», nomeadamente lítio e cobre, será lançada ainda este mês, o Movimento Seixoso-Vieiros-Lítio Não exigiu, em comunicado, na passada quarta-feira, que o Governo retire os territórios de Felgueiras e Amarante das áreas incluídas nessa estratégia..
A «estratégia nacional» referida pela ministra deverá ser lançada nos próximos dias e visa sobretudo definir áreas de exploração, estabelecer princípios aplicáveis à área, incluindo critérios para projetos de exploração mineira. Dependendo dos estudos realizados, poderão ser concedidas licenças para minas de cobre, algo que Portugal ainda não possui. Além do cobre, o lítio também está, claro, em discussão como uma das matérias-primas relevantes.
Em resposta, o Movimento Seixoso-Vieiros-Lítio Não lançou um comunicado onde lembra que a «região Seixoso-Vieiros está na mira» dos planos extractivistas «desde 2019», que «a exploração mineira, especialmente de lítio e cobre, pode trazer sérias consequências para o meio ambiente» e ainda que «as operações mineiras consomem grandes quantidades de água, um recurso já escasso em muitas regiões do nosso país».
Partindo do princípio de que «as decisões sobre a exploração de recursos naturais devem ser tomadas com base em evidências científicas sólidas e na consulta das comunidades locais afectadas» e de que «é essencial que os interesses económicos não se sobreponham à proteção do meio ambiente e ao bem-estar das populações», o Movimento Seixoso-Vieiros-Lítio Não exige que «o governo retire imediatamente a nossa região Seixoso-Vieiros das estratégias de materiais-primas críticas».
Pouco crente nas possibilidades insitucionais de fazer frente aos planos de fomento mineiro, o Moviumento apela «a todos os cidadãos para estarem atento», uma vez que «ér crucial que a nossa voz seja ouvida e que possamos influenciar as decisões que afetarão o nosso futuro e o das próximas gerações» e que temos de « agir agora para proteger os nossos recursos naturais e assegurar um futuro sustentável para as gerações vindouras».
As preocupações da população têm vindo a crescer à medida que cada vez mais projectos de «transição verde» se apresentam com um enorme potencial destruidor. As gentes locais nunca são ouvidas nestes assuntos e, quando vêem as suas zonas serem transformadas em áreas de sacrifício para o bem estar dum determinado modelo de vida urbana, reagem com desconfiança e oposição. É o caso, para além das questões relacionadas com a mineração, claro, de proprietários de terrenos no Monte do Seixoso, em território das freguesias de Borba de Godim e Vila Cova da Lixa, que têm sido abordados com o objectivo de venderem ou arrendarem grandes áreas no local a uma empresa que pretende instalar uma central fotovoltaica, ameaçando a destruição de uma grande mancha verde no Seixoso.
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