A guardiã de sementes e activista ecofeminista aponta a exploração de lítio como potenciadora de novos desastres ambientais que estão a ser cometidos em nome da economia verde.
Sentada à tarde na cabana, encontrei Vandana Shiva na sua quinta Navdanya, enquanto o sol envolvia as árvores em Uttarakhand, no Norte da Índia. Nesta quinta à porta dos Himalaias, participávamos em atividades agrícolas diárias, cavando, semeando e cozinhando em sintonia com os ciclos de mudança da estação. Navdanya – nove sementes – é «um movimento centrado na Terra e nas mulheres, liderado por agricultores para a proteção da diversidade biológica e cultural.» Juntos conservam o património de sementes de alimentos nutritivos e resistentes ao clima, em mais de 150 bancos de sementes comunitários, guardando, partilhando e cultivando livremente variedades de sementes nativas. Fundado há mais de trinta e cinco anos, o movimento que se espalha agora por 22 estados da Índia, tem na sua origem valores anti-globalização, e práticas como a agroecologia e a agricultura orgânica regenerativa. Celebrando a diversidade da vida e as múltiplas formas de intervenção na biosfera como um ato político de regeneração da Terra, Navdanya é também um importante centro internacional para a reflexão crítica nos moldes do Ecofeminismo e das Ecofilosofias mais amplas, acolhendo cursos regulares.
Foi neste local de encontro restaurativo que conheci Vandana Shiva e tive a oportunidade de conversar com ela sobre como o seu trabalho como ativista cresceu ao longo das décadas. Mas também como a região da sua quinta enfrentou desafios semelhantes aos da Península Ibérica, e se transformou ao longo dos tempos pelas mãos de comunidades activas que continuam a reclamar a vida.
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