Madeireiros riem-se na cara das autoridades enquanto agridem civis e membros da Câmara Municipal da Lousã enquanto cortam a eito e destroem floresta de terrenos privados e públicos.
Desde Quarta-Feira dia 27 de Setembro que a empresa Álvaro Matos Bandeira & Filhos, Lda se encontra a fazer cortes rasos e a abrir estradas no Casal da Silveira, na Serra da Lousã. Depois de várias diligências junto das autoridades, apenas uma acção conjunta da Silveira Tech Re-generation Village com a Câmara Municipal da Lousã, conseguiu interpor um embargo ao corte no dia 03 de Outubro à tarde. Nessa mesma manhã, membros da dita empresa tentaram atingir um membro da equipa da Silveira Tech e uma engenheira da Cãmara Municipal da Lousã com um tronco de árvore, quando foram questionados sobre o porquê de estarem a trabalhar em terrenos públicos e privados sem autorização para o efeito.
Diligências foram efectuadas junto de várias autoridades, ICNF, GNR, CCDR-Centro, sendo que as mesmas se desculparam com a falta de instrumentos legais para colocar um travão ao que continua a suceder.
No dia 03 de Outubro à tarde, um dos sócios da Álvaro Matos Bandeira & Filhos, Lda, após ter sido informado de que incorreria em crime caso continuasse os trabalhos após a notificação de embargo, riu-se e respondeu que: “crimes nós cometemos todos os dias”. No dia 04 de Outubro de manhã, os trabalhos continuam a ocorrer, tendo sido chamada novamente a GNR ao local, que falha em aparecer a tempo e horas. No dia 05 de Outubro a GNR foi novamente notificada da continuação dos trabalhos. Têm pedido “bom senso” às vítimas enquanto o crime progride e os madeireiros se limitam a ser identificados, sendo autorizados a prosseguir mesmo com a obra embargada. Neste mesmo dia assistimos aos madeireiros a gozar com a situação e a gritar “Bota abaixo! Mais um crime ambiental na Serra da Lousã!” situação que está filmada e a inundar as redes sociais.
Ao dia de hoje, 06 de Outubro, com duas queixas-crime formalizadas (por parte da Silveira Tech e da Câmara Municipal da Lousã) e dois embargos administrativos efectuados, os trabalhos continuam sem que a GNR faça cumprir a Lei da República.
O Casal da Silveira compreende uma área de 230 hectares e encontra-se inserido em Rede Natura 2000 e Reserva Ecológica Nacional. Dentro do Casal, mais de 100 hectares são propriedade pública, da Câmara Municipal da Lousã, e portanto, de todos nós.
A empresa Álvaro Matos Bandeira & Filhos, Lda é conhecida na região por crimes ambientais, cortes sem autorização, intimidação de proprietários e das autoridades. São dezenas os autos, contra-ordenações, embargos, multas e detenções pelos seus crimes ambientais na Serra da Lousã. Em 2021 efectuaram cortes rasos na Serra da Lousã, junto à aldeia do Talasnal em plena Rede Natura 2000. Na altura apenas uma sublevação popular em conjunto com organizações não-governamentais de defesa da floresta e da aldeia, conseguiram pôr termo ao delito.
A Silveira Tech Re-generation Village (www.silveiratech.pt) é um projeto que se encontra a regenerar ambientalmente o Casal da Silveira e a revitalizar 3 aldeias abandonadas para a criação de um empreendimento de turismo regenerativo e um laboratório de investigação e aprendizagem activa em regeneração ambiental. Inclui uma série de parceiros públicos e privados entre as quais a Google, o Instituto Pedro Nunes, a Startup Lisboa, entre outros.
Esta luta é de todos nós. Queremos parar uma empresa que é conhecida na zona como “os piratas da serra”. Queremos que estes cortes abusivos cessem em toda a nossa serra e que os criminosos deixem de sair impunes, pagando uma caução após detenção que lhes mostra que o crime compensa e voltam de imediato ao trabalho. Acreditamos que é preciso alterar legislação, após sucessivas detenções da mesma empresa, como é possível continuarem com licença para exercer a sua profissão?
Deixe um comentário