A ativista fazia parte da manifestção e estava no passeio a gravar vídeos durante a Marcha Climática Global quando foi detida.
Decorreu hoje, no Tribunal de Oeiras, o julgamento de uma estudante detida por filmar na manifestação “Marcha Climática Global”, organizada pela Greve Climática Estudantil a 15 de Setembro. A estudante foi condenada a 250€ de multa.
O protesto era uma concentração pacífica de algumas dezenas de pessoas entre as quais estudantes, pais e apoiantes, e tinha como reivindicações o “fim ao fóssil até 2030” e a “eletricidade 100% renovável e acessível até 2025”. Fora convocado para a frente do Tribunal de Oeiras, em solidariedade com os 16 estudantes da Greve Climática Estudantil que se apresentaram à justiça pelo bloqueio do conselho de ministros.
Entre faixas, tricô e cânticos, os manifestantes gritavam pacificamente pela “justiça climática” e o “fim ao gás”. A polícia afastou os jornalistas que tentaram reportar a manifestação de perto, afastando-os para um “perímetro de segurança”. Pouco depois, ameaçou de detenção duas estudantes que queriam passar o perímetro para falar com os jornalistas e filmar o protesto para as redes sociais da organização.
A estudante, Alice Gato, foi detida por filmar o protesto para as redes sociais desde o passeio, onde haveria um melhor ângulo. Apreenderam o seu telemóvel, algemaram-na e levaram-na para a esquadra. Face à condenação de pagamento de multa Beatriz Xavier, porta-voz do protesto de 15 de Setembro, afirma que “estas detenções arbitrárias são inaceitáveis. Como é possível estarem a deter, algemar e condenar uma estudante por filmar um protesto?” e acrescenta que “torna-se cada vez mais claro que o governo, a polícia e as instituições preferem reprimir-nos do que ouvir os estudantes que se manifestam por um futuro. No entanto, não vamos desisitir: somos muitas e esta é a luta pelo nosso futuro, sabemos que temos a História e a ciência do nosso lado”.
Esta é a segunda condenação de uma ativista climática em Portugal, sendo a primeira a condenação a multa de 4 estudantes que estavam a ocupar a Faculdade de Letras de forma pacífica.
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