“Ações aconteceram hoje na FCSH, na FPUL e no IST. As estudantes que ontem foram detidas diz que sofreram de violência e insultos da polícia na presença de representantes da Faculdade. Estudantes vão voltar tentar pernoitar na faculdade.
Foi hoje o segundo dia de ações estudantis pelo fim aos combustíveis fósseis. Estudantes das várias escolas uniram-se para apoiar as 6 estudantes que tinham sido detidas durante a noite na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Faculdade Nova de Lisboa, e que passaram a noite na esquadra. Às 15:30, aconteceu uma manifestação na FCSH contra a decisão da direção de chamar a polícia contra um protesto pacífico pelo clima.
Os estudantes estão a fazer ações para reivindicar o fim aos combustíveis fósseis até 2030 e eletricidade 100% renovável e acessível até 2025.
As estudantes detidas na faculdade da FCSH, denunciam terem sido alvo de violência e insultos pela parte da polícia. Os estudantes alegam que: Uma estudante estava num carro da polícia quando este chocou contra um carro de um civil. A polícia estava em excesso de velocidade e passou um vermelho. A estudante foi para o hospital e foi vista por médicos, pois ficou traumatizada e com uma lesão no braço, pois a polícia algemou-a de forma ilegal dentro do carro, não cumprindo os protocolos de segurança; enquanto detinham as pessoas que resistiam pacificamente, fazendo peso morto, a polícia utilizou técnicas de tortura para as obrigar a sair (torceram braços e pulsos, estrangularam pessoas contra a parede, puxaram cabelos, e fizeram pressão nos olhos de um estudante); dois membros da faculdade (um porteiro e um assessor de imprensa) assistiram a estas torturas e não intervieram; quando uma das pessoas se queixou da dor extrema, o polícia disse “cala-te, eu faço o que eu quiser”; na esquadra, a levar uma pessoa para a revista, um dos polícias disse “se não andas mais depressa, vais parar ao sítio onde está a tua amiga (referindo-se ao hospital de santa maria)”; na esquadra, ouviram os polícias a chamarem “putas” às estudantes detidas; obrigaram uma estudante a despir as calças durante a revista, sem qualquer razão para tal.
“A FCSH mostrou-se cúmplice do sistema fóssil. Tanto esta como o nosso governo continuam a preferir ver jovens que estão a lutar pelo seu futuro a serem reprimidos e literalmente torturados pelo Estado do que a garantir um plano para uma transição justa. Esta transição é essencial para por um fim às crises climáticas e de custo de vida. Sabemos que estamos do lado certo da história. De que lado querem ficar o governo e as direções?”
A utilização de técnicas de tortura pela polícia é um crime e uma violação da declaração internacional dos Direitos Humanos. “Quando dois funcionários da faculdade são cúmplices de um crime contra a humanidade e da repressão do direito à manifestação, não podemos deixar isto passar impune. Hoje iremos novamente permanecer na faculdade, venham apoiar-nos à entrada desta. E se nos querem apoiar nesta luta, mostrem solidariedade na nossa marcha de dia 24”.
Durante o dia existiram também ações em mais duas faculdades. Na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, estudantes abriram fumos e lançaram uma faixa do telhado. No Instituto Superior Técnico, estudantes pintaram a loja da Galp dentro da faculdade, denunciando que “esta empresa está a lucrar com o sistema fóssil que a cada hora causa a morte de mais pessoas”, diz Joana, porta-voz deste núcleo pelo fim ao fóssil.”
Amanhã lá estaremos nas faculdades para vós mostrar o que se vai passar por lá.
Todo o nosso trabalho é auto financiado se puderes ajudar a cobrir estas despesas entra em contacto connosco.
Pela soberania da informação.
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