No fim-de-semana de dia 2 e 3 de dezembro aconteceu a edição 2023 do Festival Eco, uma organização Cultura no Muro. Este evento, cujo sobrenome é Festival Ecológico da Parede, é dedicado à divulgação e discussão de novas formas sustentabilidade e estilos de vida saudáveis e repete-se há alguns anos, sempre de modo inovador.
A edição deste ano teve início com uma caminhada meditativa pela Quinta dos Ingleses, na vila contígua, em Carcavelos. Foi um momento que pretendeu estabelecer uma relação recíproca de dádiva entre as pessoas e a natureza, ao mesmo tempo que serviu de descoberta, para muitos, daquele espaço verde que corre o risco de ser destruído para dar lugar a uma megaconstrução defendida pela Câmara Municipal de Cascais, o promotor Alves Ribeiro e a Associação Saint Julian’s School. A associação SOS Quinta dos Ingleses tem vindo, desde há anos, a lutar pela defesa deste espaço único de 52 hectares e as suas quase cinco mil árvores.
Às 15 horas do dia 2, a SMPU abriu as portas ao público, que pode assim visitar as diversas bancas, participar em workshops e nas conversas que decorreram em simultâneo. A sustentabilidade deu o mote a todos os eventos, que fomentaram também a economia circular. Desde bancas de roupas usadas, de assessórios naturais, de apresentação de alimentação vegana (com algumas surpresas deliciosas!), à habitual banca com os plásticos recolhidos nas praias (Plasticus Maritimus), a diversidade, originalidade e preocupações ambientais estiveram presentes. Upcycling de têxteis, cerâmica, cosmética animal, cozinha com sustento, cultivo, fermentados, foram alguns dos temas que levaram as pessoas a sentar-se à volta de uma mesa de trabalho, para aprender e partilhar conhecimento sobre novas e conscientes formas de estar, de produzir e de consumir.
A diversidade de acções deste Festival Eco passou ainda pelas profícuas conversas, em mesa redonda, sobre temas actuais e prementes, essencialmente sobre as questões ambientais que, em todos os casos, estão relacionadas com a ameaça velada que o grande capital está a fazer à natureza. Salienta-se a presença de activistas das Dunas Livres, Minas Não e SOS Quinta dos Ingleses – todos estes movimentos de cidadãos salientaram o facto de haver alternativas aos projectos propostos pelos municípios e empresas, já que os prejuízos ambientais são irreversíveis e irão afectar as populações vindouras. As noites destes dois dias foram animadas por grupos musicais perfeitamente integrados no espírito do evento. A organização do Festival Eco 2023 está de parabéns pelo sentido de responsabilidade social que colocou em todas as manifestações.
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